Doer dói,mas....parte 2
Não pretendia falar mais sobre esse assunto, pelo menos enquanto não chegam mais novidades no mercado mas as circunstâncias me inspiraram e eu tenho que relatar. Até por uma questão de lealdade às minhas amigas e fiéis leitoras, usuárias e possíveis, das substâncias (parece que estou falando de droga, se bem que, não deixa de ser). A boa e já minha velha (no caso, ela) conhecida Toxina Botulímica, o Botox, com a qual já tenho uma relação de quase ou total dependência.
Lá fui eu feliz e animada para mais uma sessão de pequenas picadinhas de uma mínima agulhinha que causa só uma dorzinha. Pelo menos até antes desta última aplicação. Talvez por uma questão de intuição botulímica, ato falho, feminina, resolvi passar aquela pomadinha da qual já falei e que, eu pensava , agora tenho certeza, só tem efeito psicológico, se é que tem algum.
Hora marcada, consultório tranquilo, é porque consultório de médico que cuida destas questões de sobrevivência é muito organizado. O horário é respeitado, dificilmente a gente encontra mais de uma ou duas pessoas saindo ou esperando para ser atendida. Acho que é para não impressionar porque já vi umas colegas saindo bem amarrotadas. Tudo bem que a gente sabe que depois vai ficar melhor mas deve ser pra não causar impacto.
Bom, vamos ao fato. Entrei no consultório, fui recebida pelo simpático médico como sempre, com beijinhos e conversa amena. A anamnese, aquelas perguntas que o médico faz pra tentar identificar o problema, nesse caso são bem diferentes, até porque o problema está na cara, literalmente.
Fomos ao procedimento que é feito em uma cadeira, tipo de dentista, a diferença é que na do dentista a gente senta e ela deita, na do médico a gente deita e ela sobe, só as pernas. Seringa pronta com o produto, desinfecção do local com álcool, tudo muito profissional. Eu tranquila por já saber como tudo funciona, eis que surge a novidade. “Faz cara de quem tá cheirando”, ridículo mas,fiz. “Você está com a Marquinha do Coelho”! Hã? Marquinha do Coelho, rapidamente tive um flash e me lembrei do “Arco do Cupido”. Pensei, lá vem bomba! Explicação: a Marca do Coelho é aquela ruguinha que aparece no nariz, bem próximo aos olhos, quando a gente cheira algo. Quem ainda não tem não se preocupe, um dia vai ter. Faça o teste na frente do espelho. Esse teste não é recomendado para pessoas impressionáveis ou neuróticas como eu.
Aí vem a parte dolorosa, dolorida, sofrida. “Vamos dar uma picadinha de cada lado e vai ficar ótimo”! Imaginem uma injeção no nariz! Pior, na parte mais fina, parece que só tem osso. Pensei que a agulha fosse atravessar de um lado para o outro. Acho que só não aconteceu porque a agulha é bem pequena,1 centímetro mais ou menos, e meu nariz é um “pouquinho largo”, graças à herança genética de uma avó negra. Resultado: saí do consultório com a sensação de estar com um nariz de palhaço, vermelho e redondo. Mas aí, veio o pensamento que me motiva e consola: amanhã vou estar linda! E, claro, pensei: a partir de agora vou prestar mais atenção antes de sair por aí cheirando qualquer coisa.